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ALTINO MARCONDES

 FUTEBOLISTA.

 

Altino Marcondes nasceu em Taubaté-SP, aos 16 de julho de 1898, sendo filho de Theodoro Marcondes e Donária Marcondes. Era casado com Cecília Marcondes, e dessa união nasceram os filhos Zélia e Ary Marcondes. Antes de se tornar jogador de futebol e ainda muito jovem com seus incompletos dezesseis anos, Altino tentou a carreira como acrobata saltador numa Companhia Circense, tamanha era sua vocação.

 

A FORÇA PÚBLICA EM SUA VIDA.

 

Depois, deixou essa profissão e se encantou com a possibilidade de se tornar um homem do fogo, com o consequente engajamento na Força Pública do Estado de São Paulo, sendo designado para servir no  Corpo de Bombeiros de São Paulo, conforme seu desejo.

Nessa Corporação foi um exímio soldado nas alturas com suas acrobacias, colocando em prática todo seu talento de artista em benefício de seu semelhante. Altino oferecia ainda suas habilidades futebolísticas no Corpo de Bombeiros, entretanto, com a proximidade do tempo que estava prestes a vencer como soldado engajado, optou por vida de civil, porém, continuando como jogador de futebol. Sua vida estava fadada a um sucesso não muito distante e não impossível de se realizar.

 

O CORINTHIANS E A GRANDE GLÓRIA.

 

Em 1916, o Esporte Clube Taubaté com dois anos de existência entraria em sua vida e iria buscá-lo em Campinas, quando defendia a alvinegra Ponte Preta. No início de sua carreira, os jornais o reconheciam apenas por Altino, seu primeiro nome. Mas, devido às suas estratégias com jogadas serem semelhantes a um tatu, e em razão de penetrar com muita facilidade e abrindo buracos na defesa adversária, o apelido acabou se tornando ainda mais popular que seu próprio nome.

Grande driblador, logo despertou o interesse de grandes clubes, com esperança de tirá-lo do Esporte Clube Taubaté. Em 1920, foi para o Corinthians, ali permanecendo até 1926. Sendo um jovem muito inteligente e destemido, já mostrava suas habilidades futebolísticas sobre os rivais. Adaptado para a meia esquerda, acabou formando uma ala altamente perigosa ao lado de Rodrigues, sempre apresentando grandes atuações e com memoráveis jornadas. Com um futebol ousado e objetivo, Tatu veio a conquistar seu primeiro título pelo Corinthians em 1922. Ele foi a grande revelação do Campeonato Paulista daquele ano, título conquistado e até hoje muito valioso por ter acontecido justamente no ano Centenário da Independência do Brasil.

 

A SELEÇÃO BRASILEIRA.

 

Porém, foi exatamente este título que fez com que fosse definitavamente reconhecido no futebol, culminando com a sua convocação para a Seleção Brasileira de Futebol e a consagração com o título de Campeão Sul-Americano de Futebol de 1922, jogando todas as cinco partidas e com um saldo altamente positivo para sua grande carreira. Seu auge como jogador de futebol foi alcançado quando defendeu a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1922, realizado no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o qual havia sido ampliado para sediar referido campeonato. Nos cinco jogos da seleção, em todos atuou como titular, tendo marcado um dos gols, justamente no jogo de estréia contra o Chile, no empate de 1 a 1, no dia 17 de setembro. Naquela ocasião, a Seleção Brasileira campeã atuou com: Kuntz, Palamone, Barthô e Amilcar Barbuy; Fortes e Formiga; Neco, Heitor Domingues, Tatu, Rodrigues e Arthur Friedereich. Os títulos não parariam por aí. Ganharia, nos três anos seguintes que jogou pelo Corinthians, o Campeonato Paulista de 1923 e o Campeonato Paulista de 1924, sendo que neste último marcou o gol do título na final contra o Paulistano. Na decisão, ocorrida na data de 11 de janeiro de 1925, o Corinthians venceu por 1x0 graças ao gol de Tatu, que assegurou o primeiro tricampeonato paulista dos três tricampeonatos que o Campeão da Independência faturaria entre as décadas de 1920 e 1930.

Durante todo o tempo em que jogou pelo Corinthians, ou seja, entre 1920 e 1926, Tatu jogou 92 jogos e marcou 63 gols. Em 1926 transferiu-se para o C.R. Vasco da Gama do Rio de Janeiro, lá permanecendo até 1928. Após, teve uma breve passagem pelo futebol do Espírito Santo, atuando pelo Aliança, daquele Estado. De volta a São Paulo, ingressou na Associação Portuguesa de Desportos e, em 08 de agosto de 1929 estreou pela lusa no amistoso internacional contra o Vitória de Setúbal, de Portugal. Este foi o segundo amistoso da Portuguesa contra uma equipe internacional e o primeiro contra uma equipe portuguesa. Nesse confronto houve empate de 2 a 2, com a Portuguesa assim formando: Dyonísio, Raposo, Machado e Cabral; Amleto e Ramon; Tidoca, Carrapicho, Salles, Tatu e Tavares.  Conforme pesquisa efetuada pela Revista Placar, Tatu foi eleito um dos cem maiores jogadores da história do Corinthians.

 

UM HEROI RELEGADO AO ESQUECIMENTO.

 

Entretanto, a trajetória futebolística em sua vida se viu cerceada em seu destino de glórias, em virtude de ter contraído uma tuberculose pulmonar. Sem meios financeiros para suportar e enfrentar o revés que a vida lhe opusera, começou a se debilitar, caindo enfermo e à mercê da própria sorte. A única mobilização em prol de seu restabelecimento ocorreu em outubro de 1931, quando o grande goleiro corinthiano e da Seleção Brasileira, Tuffy, publicou um anúncio no Jornal “A Gazeta”. Nesse  anúncio, um apelo desesperador para que todos os dirigentes e esportistas paulistas se irmanassem para auxiliar o jogador Tatu, que até pouco tempo antes do anúncio no jornal havia defendido a Associação Portuguesa de Desportos, e, gravemente enfermo, teve que abandonar definitivamente o futebol, chegando inclusive a passar muitas necessidades.

 

A DESPEDIDA FINAL.

 

Todavia, não havendo mobilização por parte de nenhum esportista ou da própria Confederação Brasileira de Futebol, Tatu veio a sofrer os momentos de maiores agruras de sua vida, vindo a falecer no mais completo ostracismo e abandono no dia 25 de maio de 1932, às 02:00 horas, em sua residência sita à Rua Emílio Winther, nº 40, em Taubaté, com apenas 33 anos de idade, vitimado por uma tuberculose pulmonar. O sepultamento de Altino Marcondes foi marcado por grande presença de autoridades e do povo taubateano, saindo seu féretro do próprio local de sua residência. Altino Marcondes foi sepultado no Cemitério Municipal de Taubaté-SP,  4ª Quadra, sepultura 117, atual 153.

Sua esposa, Cecília Marcondes, filha de José Benedito Marcondes e Dorothéa Marcondes, faleceu no dia 10 de novembro de 1932, as 13.00 h., na Rua Humaitá nº 3, tendo seu sepultamento ocorrido no dia seguinte, cinco meses após o falecimento de seu marido. A causa de sua morte foi fimatose (tuberculose), conforme atestado de óbito assinado pelo Dr. Geraldo Franco. Foi sepultada no Cemitério Municipal de Taubaté-SP, 8º Quadra, sepultura 489. Sua filha Zélia Marcondes, solteira, natural de Taubaté-SP, nascida aos 18/08/1923, faleceu aos 05 de novembro de 1980, às 06.00 h, no Hospital Santa Isabel de Taubaté-SP, vitimada por um tumor cerebral metastático, conforme atestado de óbito assinado pelo Dr. Fernando Rodolfo M. Escobar, estando sepultada no Cemitério Municipal de Taubaté, 4ª Quadra, sepultura 405. Também seu filho, Ary Marcondes, natural de Taubaté-SP, nascido aos 20 de julho de 1926, foi casado com Benedita Olga Monteiro Marcondes, de quem se separou judicialmente, e, tempos depois, a separação fora revertida ao estado civil, voltando ambos à condição de casados. Ary Marcondes faleceu aos 26 de junho de 2007, sendo sepultado no Cemitério Municipal de Taubaté, na Quadra 4ª, sepultura nº 77, atual nº 153. Benedita Olga Monteiro Marcondes faleceu aos 05 de outubro de 2016, estando sepultada no Cemitério Municipal de Taubaté. Deixaram os filhos Ari Antonio e Meire Marcondes.

Requiescat in pace, Grande Campeão!

 

 

PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. 

cfgilberto@yahoo.com.br

 

 

 

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Vidas que se separam. | 27/10/2020
Meu pai é o Ary Antônio Marcondes, mas infelizmente não tenho contato com ele. Depois da separação, não tive mais contato.


Lembranças. | 02/05/2019
Conheci de perto o Ari Marcondes e Olga Marcondes. Eles tiveram os filhos Ari, Carlos Alberto e Meire, nessa ordem. Carlos Alberto, faleceu em acidente automobilístico por volta de 1987/88, não tenho certeza do ano. Convivi com eles nos anos 50. Espero ter ajudado com a informação.



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